SOBRE O CASO DO CANTOR CATÓLICO QUE SE DECLAROU HOMOSSEXUAL.
por Diácono João Victor Mariano
("Se o teu sangue curar, todas feridas em mim, livre serei meu SENHOR pra te seguir", eu continuarei cantando isso!)
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Estive em missão no último final de semana, e não pude me manifestar quanto ao caso do conhecido cantor Gil Monteiro.
Tive a oportunidade de ministrar ao lado de Gil Monteiro algumas vezes, se tornou um amigo, inclusive já gravamos juntos.
Posso dizer da humildade dele, de sua dedicação em evangelizar e de sua sensibilidade em compor canções que se tornaram verdadeiros hinos católicos, levando milhares de pessoas à uma experiência com Deus. Ouvi algumas pessoas dizendo: "Apaguemos as músicas desse rapaz de nossas playlists", isto não seria ignorar o que é de Deus? A Música é de Deus ou meramente de um compositor? Se for assim não escutem mais músicas religiosas, pois todas nasceram do coração de um pecador, mesmo tendo sido inspiradas por Deus.
Bom mas isto não é o mais importante!
Sobre o manifesto feito pelo mesmo, quero expor o seguinte:
Um crescente grupo de pessoas tem se declarado LGBTQUIA+ nos últimos anos. Essa nomenclatura está ligada à uma gama cada vez maior de pessoas que possuem uma "orientação sexual diferente" e fora do prisma, natural e nuclear das Sagradas Escrituras e Magistério da Igreja Católica, isto é fato (cf. CIC 2357).
Nós Cristãos Católicos temos pilares firmes em nossa Fé, que nos norteiam em vários aspectos, um deles é a Moral Católica. Esta não se constituiu sozinha, mas totalmente pela Igreja no decorrer da história e construção da nossa Fé em Jesus Cristo, que como já sabido perpassa pela Fé, Tradição e Sagradas Escrituras, isto é inegociável, imutável e sobretudo SAGRADO.
O problema do manifesto do cantor não está em se declarar homossexual, pois o Catecismo nos elucida que isto ocorre através dos séculos e culturas, não é coisa nova.
No entanto o Catecismo nos lembra que a prática homossexual (repito prática e não reconhecer-se homossexual) é um ato contrário a Lei natural, e que não podem ser aprovados (CIC 2357).
A Igreja também nos ensina que esses irmãos sofrem e passam por provação por viverem essa psique ainda misteriosa (CIC 2358) e que devem ser acolhidos (a pessoa, não o pecado) com uma amizade desinteressada, e o mais bonito é que podem alcançar a SANTIDADE por meio da vivência do conselho dado pela a Igreja: CASTIDADE.
Aqui queria abrir um pequeno ponto: "Essa SANTIDADE E CASTIDADE também são para aqueles que naturalmente vivem a HETEROSEXUALIDADE", pois seria hipocrisia dizer que somente os homossexuais devem observar máximas direcionadas, tanto é que o título desses pontos do Catecismo tem como essência a CASTIDADE e não somente a HOMOSSEXUALIDADE. Existem máximas que nos ajudam a evitar todos os pecados: fornicação, adultério, violência, corrupção, ira, preguiça, gula e por ai vai.
Voltando ao problema da declaração feita pelo Cantor, temos que ele mesmo afirma que está participando de forma consciente da Eucaristia, o que verdadeiramente é um erro, não pela sua consciência, mas por apregoar isso publicamente, abrindo margem para que outros fiéis adentrem à dúvida: "Se ele pode por que eu não posso?".
Sobre a consciência, cada fiel tem a sua, caso essa consciência não vire pecado manifesto, ele é responsável por si próprio em função da comunhão sacrílega que se sujeita; mas no caso em questão ele indiretamente manifesta seu pecado e incentiva outros ao mesmo erro, mesmo que de forma não direta, e este é o grande problema da questão.
Veja o que o Código Direito Canônico diz no Cân. 915 — Não sejam admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto.
O Cantor se enquadra no trecho "…e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto."
Em resumo, nossa Fé não abona a prática homossexual, compreendam: Não abonar, não é rejeitar o praticante; pode parecer clichê, mas, nunca será: "Deus ama o pecador, mas, não ama o pecado".
Que essa questão gere um alerta no coração de todos os fiéis: "Se está em pecado mortal, não comungue", sobretudo busque a reconciliação, os sacramentos, as amizades desinteressadas, a Força em Deus, para que seja Santo como o Pai é Santo (cf. 1 Pedro 1,15).
Agora uma mensagem ao meu amigo Gil Monteiro: "Não sou conivente com sua declaração, da forma que foi feita, mas respeito, não condeno, não julgo, esse último é ofício de Nosso Senhor, mas não só para contigo; e sim também para com aqueles que no oculto, erram, escondem , e ainda condenam os demais abertamente. Se precisar de uma oração, abraço, conselho estarei aqui, até lá desejo apenas que Deus te faça SANTO, gerando em ti constantes práticas de conversão, pois é o que desejo a todos igualmente."
"Se o teu sangue curar, todas feridas em mim, livre serei meu SENHOR pra te seguir", eu continuarei cantando isso!
Por fim desejo que a Santíssima Virgem interceda por todos nós, Ela que é a Forma DEI (Forma perfeita para novos Santos).
Caritas Ut Imacculatam
Diácono João Victor Mariano.